terça-feira, 15 de novembro de 2011

*Recomeçar*

"Depois de grande esforço para solucionar esse ou aquele problema, não se agite se outro problema aparecer requisitando-lhe novo esforço, porque Deus renovará tuas forças para recomeçar..."
                                                  André luiz
 

domingo, 13 de novembro de 2011

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o . A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."

Nelson Mandela

Ser feliz

"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"
 Fernando Pessoa

Todos devem assistir esse vídeo ao menos uma vez!!!

Fácil

"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."
Fernando Pessoa

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O AMOR

O AMOR é substancia criadora e mantenedora do Universo, constituído por essênia divina.

É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.

Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.

Nunca perece, porque não entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.

Assim como o ar é indispensável para a existênia orgânica, o AMOR é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.

É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.

Quando aparente - de caráter sensualista, que busca apenas o prazer imediato - se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à frustação.

Quando real, estruturado e maduro - que espera, estimula, renova - não se satura, é sempre novo, ideal, hamrônio, sem altibaixos emocionais. Une as pessoas, porque reune as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimentando o corpo e dulcificando o eu profundo.

O prazer legítimo decorre do AMOR pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.

O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fulgaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e dever ser vencidos.

Somente o AMOR real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresenem esporádicos.

A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança - ciúme, incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções - a necessidade de ser amado, caracterizam o estagio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.

A confiança, suave-doce e tranquila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não posse, a não dependência, não exigênia, são benesses do AMOR pleno, pacificador, imorredouro.

Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, se alterem as manifestações da afetitividade do ser amado, o AMOR permanece libertador, confiante, indestrutivel.

Nunca se impõe porque é espontaneo como a própria vida e irradia-se mimetizando, contagiando de jubilos e paz.

Expande-se como um perfume que impregna, agradavel, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...

O AMOR não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre porque vive no intimo do ser e não das gratificações que o amado oferece.

O AMOR DEVE SER SEMPRE O PONTO DE PARTIDA DE TODAS AS ASPIRAÇÕES E A ETAPA FINAL DE TODOS OS ANELOS HUMANOS
Joanna de Angelis

domingo, 9 de outubro de 2011

**AO LEVANTAR-SE**

Agradeça a Deus a bênção da vida, pela manhã.

Se você não tem o hábito de orar, formule pensamentos de serenidade e otimismo, por alguns momentos, antes de retomar as próprias atividades.

Levante-se com calma.

Se deve acordar alguém, use bondade e gentileza, reconhecendo que gritaria ou brincadeiras de mau gosto não auxiliam em tempo algum.

Guarde para com tudo e para com todos a disposição de cooperar para o bem.

Antes de sair para a execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida para que a vida nos abençoe.


Autor: André Luiz
Psicografia de Chico Xavier

sábado, 8 de outubro de 2011


***SEU RICO***

Vive em Pirenópolis, interior de Goiás, um homem já
bastante idoso, conhecido como seu Rico. Desde que se
conhece por gente, seu Rico pensa diferente, como costuma
dizer quem o conhece.
Sua filosofia, isto é, sua idéia, como ele diz, é bem
simples. Por exemplo, quando alguém se queixa de que tudo
está difícil, complicado, sua explicação é mais ou
menos assim: “Oi meu fio, este mundo tem muita coisa boa e
muita coisa bonita. Um jardineiro num precisa gostá de rosa
pra cuidá de rosa? Intão, pra vim pra este mundo a gente,
precisa gosta deste mundo. Se ocê veio preste mundo e num
gosta dele, intão pro que veio?”
E quando a gente concorda que este mundo tem muitas
belezas, como as flores, os pássaros, as crianças, ele
retruca: “Quar o que! Num é só isso que o mundo tem de
bonito. Quando a gente tem vontade de cantá, intão a gente
canta; quando a gente tem vontade de dançá, intão a gente
dança; quando tem argúem que tá querendo oivi uma
história e agente tá querendo contá, intão a gente
conta. I quando a comida tá boa, intão a gente come” -
diz ele rindo. “Isso é que é a belezura da vida, uai!”
– encerra;
E quando alguma moça casada vem se queixar que arruma a
casa, cuida da roupa, faz comida, tudo com muito carinho, e
parece que o marido não vê o que ela faz, não liga para
nada, sua orientação é mais ou menos assim: “Uai! Mai
se ele num liga, intão pru que ocê faiz as coisa pensando
nele? Faiz assim: dispois que ocê arruma o quarto e ele
tivé bem bonito, ocê faiz como quem vai sai, para na porta
do quarto, oia pra tráis, oia tudo bonito, bem arrumadinho,
que ocê arrumô, e tira uma fotrografia com os óio. Quando
ocê fizé uma comida bem boa, ocê arruma a mesa, bem
direitinho, fica de longe, despois tira uma fotrografia dela
com os óio, senta e come. Faiz de conta de ocê preparou um
banquete procê. Quando o marido quisé oia, ele que oie!”
E assim, cantando quando tem vontade, dançando quando tem
vontade, contando histórias quando tem vontade, fazendo as
coisas de forma a lhe darem prazer, seu Rico vai levando sua
vidinha já bastante alongada, mas com muita disposição,
saúde e bom papo, como ele mermo diz.
Fiquei até tentado a perguntar seu nome verdadeiro e
porque as pessoas o chamavam de seu Rico, mas não tive
coragem. Vocês acham que precisava?
Dorival   (CASA DE LUCAS)

sábado, 17 de setembro de 2011

**Aprendi**

Caucaia,Cotia
Aprendi...

“ Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém.

Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e Ter paciência, para que a vida faça o resto.

Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.

Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

Que posso usar o meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi...Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.

Que por mais que se corte uma pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.

Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.

Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.

Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.

Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sente.

Aprendi que perdoar exige muita prática.

Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Aprendi... Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.

Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.

Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.

Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso.

Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.

Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto;

Aprendi que numa briga preciso escolher de que lado eu estou, mesmo quando não quero me envolver.

Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.

Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.

E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.

Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.

Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.”
William Shakespeare

*Dúvidas*


  • "Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." (William Shakespeare)

  • quarta-feira, 7 de setembro de 2011

    sexta-feira, 29 de julho de 2011

    **A ALMA**

    ""A alma é invisível, um anjo é invisível, o vento é invisível, o pensamento é invisível, e, no entanto, com delicadeza, se pode enxergar a alma, se pode adivinhar o anjo, se pode sentir o vento, se pode mudar o mundo com alguns pensamentos."" 

     Cora Coralina.

    quinta-feira, 21 de julho de 2011

    "A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta".
    (Buddha Sidharta Gautama / Buda Sakyamuni / Sidarta)
    "A morte não é a maior tragédia do ser humano, é pior quando algo vital dentro da pessoa morre enquanto ela ainda está viva. Essa morte é certamente a coisa mais temível e trágica".(Daisaku Ikeda)
    E S Q U E C E
    Auta de Souza

    Repara a terra pobre, humilde e boa,
    Enlameada ao temporal violento...
    A golpes rudes de granizo e vento,
    Olvida em paz a injúria que a magoa.
    Depois, a vida tece-lhe a coroa
    De pétalas luzindo ao firmamento...
    E, feliz ante o mundo desatento,
    Mais se embeleza quanto mais perdoa.
    Assim também, esquece o lodo e a ofensa.
    Que a tormenta de trevas te não vença
    A nobreza dos sonhos redentores!...
    Seja o perdão o apoio a que te arrimes,
    E desabrocharás em dons sublimes
    Como a terra insultada ri-se, em flores.

    (Do livro "Auta de Souza", Francisco C. Xavier

    sábado, 2 de julho de 2011

    ***SEU RICO***

    Vive em Pirenópolis, interior de Goiás, um homem já
    bastante idoso, conhecido como seu Rico. Desde que se
    conhece por gente, seu Rico pensa diferente, como costuma
    dizer quem o conhece.
    Sua filosofia, isto é, sua idéia, como ele diz, é bem
    simples. Por exemplo, quando alguém se queixa de que tudo
    está difícil, complicado, sua explicação é mais ou
    menos assim: “Oi meu fio, este mundo tem muita coisa boa e
    muita coisa bonita. Um jardineiro num precisa gostá de rosa
    pra cuidá de rosa? Intão, pra vim pra este mundo a gente,
    precisa gosta deste mundo. Se ocê veio preste mundo e num
    gosta dele, intão pro que veio?”
    E quando a gente concorda que este mundo tem muitas
    belezas, como as flores, os pássaros, as crianças, ele
    retruca: “Quar o que! Num é só isso que o mundo tem de
    bonito. Quando a gente tem vontade de cantá, intão a gente
    canta; quando a gente tem vontade de dançá, intão a gente
    dança; quando tem argúem que tá querendo oivi uma
    história e agente tá querendo contá, intão a gente
    conta. I quando a comida tá boa, intão a gente come” -
    diz ele rindo. “Isso é que é a belezura da vida, uai!”
    – encerra;
    E quando alguma moça casada vem se queixar que arruma a
    casa, cuida da roupa, faz comida, tudo com muito carinho, e
    parece que o marido não vê o que ela faz, não liga para
    nada, sua orientação é mais ou menos assim: “Uai! Mai
    se ele num liga, intão pru que ocê faiz as coisa pensando
    nele? Faiz assim: dispois que ocê arruma o quarto e ele
    tivé bem bonito, ocê faiz como quem vai sai, para na porta
    do quarto, oia pra tráis, oia tudo bonito, bem arrumadinho,
    que ocê arrumô, e tira uma fotrografia com os óio. Quando
    ocê fizé uma comida bem boa, ocê arruma a mesa, bem
    direitinho, fica de longe, despois tira uma fotrografia dela
    com os óio, senta e come. Faiz de conta de ocê preparou um
    banquete procê. Quando o marido quisé oia, ele que oie!”
    E assim, cantando quando tem vontade, dançando quando tem
    vontade, contando histórias quando tem vontade, fazendo as
    coisas de forma a lhe darem prazer, seu Rico vai levando sua
    vidinha já bastante alongada, mas com muita disposição,
    saúde e bom papo, como ele mermo diz.
    Fiquei até tentado a perguntar seu nome verdadeiro e
    porque as pessoas o chamavam de seu Rico, mas não tive
    coragem. Vocês acham que precisava?
    Dorival   (CASA DE LUCAS)

    sábado, 25 de junho de 2011

    **Faça sua luz brilhar**

    Algumas pessoas, mesmo vivendo com a família, estando rodeadas de amigos, queixam-se de solidão. Sentem um buraco dentro do peito, uma sensação de vazio que procuram preencher de várias formas sem conseguir.

    Tentando esquecer a tristeza, há quem mergulhe no excesso de trabalho, em uma vida desregrada e até nos vícios. Vale tudo para fugir a essa dor. Há ainda os que fantasiam um relacionamento afetivo que venha a preencher todas as suas carências e que seja a solução.

    Nada disso vai funcionar. A causa do sentimento de abandono e a sensação de solidão que você sente está localizada dentro de você e não nas coisas de fora. Os outros, mesmo que desejem, não têm como resolver esse problema, que é causado pela sua maneira de se ver e perceber a vida.

    Você deve estar valorizando mais os condicionamentos do mundo de fora e ignorando os anseios do seu espírito. Este é a força viva que alimenta seu corpo físico e emocional e sabe como preencher todas as suas necessidades, para lhe proporcionar uma vida boa e produtiva.

    Não permitindo que seu espírito se expresse, exerça seu poder e realize suas funções, você está cada dia mais enfraquecida, sem vitalidade, sem alegria, criando um campo energético que pode atrair doenças. Note que quando o espírito vai embora, o corpo se desfaz. A força da vida é a do seu espírito.

    Você sente solidão porque se abandonou, e para reverter a situação precisa mudar sua atitude para descobrir quais são as prioridades do seu espírito.

    O primeiro passo será aprender a controlar a sua mente. Ela reflete os condicionamentos aprendidos na sociedade que em grande parte não são verdadeiros. Vou repetir o que já tenho mencionado: as falsas crenças aprendidas distorcem a realidade e fazem-lhe agir de maneira equivocada, provocando resultados ruins.

    Esses condicionamentos são fortes, e mesmo que você queira libertar-se deles, vão aparecer de novo. Sempre que isso ocorrer, não lhes dê importância. Mude o foco para algo melhor, e com o tempo acabarão desaparecendo.

    A viagem do autoconhecimento liberta e abre os caminhos do progresso. Para começar, vá para um lugar sossegado, feche os olhos e imagine que está entrando dentro do seu coração. Sinta as emoções que estão lá. Não tenha medo de assumir o que sente

    Quando você se coloca assumindo seus verdadeiros sentimentos, permite que seu espírito se expresse. Então todo seu carisma vai se manifestar. Seu espírito é luz, vida, inteligência, beleza. Fique consciente dessa realidade e aproveite a oportunidade que você tem de estar aqui, fazer a sua luz brilhar


    Permita que seu espírito se expresse
    Por Zibia Gasparetto para o Jornal O Dia




    Tão certo como a luz no amanhecer
    Teu sonho é possível sim
    A nuvem cinza se dissipará
    E nada mais será igual
    É a sua vez



    A mão de Deus
    Vai escrever
    Mais um de seus milagres
    Se você crer
    Que hoje é o tempo de vencer
    Acredite, o céu diz que sim



    Num calendário que só ele vê
    Ele já marcou a tua ascensão
    Dê asas e a fé te levará
    A lugares que você jamais
    Jamais sonhou


    Jamily

    sexta-feira, 3 de junho de 2011

    **Das Vantagens de Ser Bobo**


    O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

    Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

    O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

    Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

    Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

    Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

    Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

    O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

    Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

    Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

    Clarice Lispector